quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Évora - Cromeleque dos Almendres

Évora 20-10-2013
 
Adorable town, almost the whole town is arrounded by walls, very imposant aqueduct. Lovely little narrow streets and old houses with small balconies.
Beautiful renaissance and Gothic Churches and were surprised to find a Roman Temple.
We found a very friendly and helpful táxidriver for the trip to the Megalitics. He told us a lot about Évora, Alentejo, the Corktrees and the Black Pigs.
 
Gertrand Leeb and Siglinde Dexinger

domingo, 30 de junho de 2013

Herdade do Esporão





 
 



Sobre o maior evento da cidade de Évora

Feira de S. João «passou à história»? 

Francisco Bilou, Alentejo em Linha em Junho 25, 2013

Nesta teimosa sobrevivência a velha feira foi deixando de trazer novidade e encanto.
Agora que começou mais uma feira de S. João talvez seja este o melhor momento para refletir sobre alguns dos traços da sua identidade histórica, sem esquecer, naturalmente, qual o papel que lhe pode caber no futuro como principal festividade popular de Évora e, nessa medida, como momento único de encontro de todos os eborenses.
É sabido historicamente que a Feira de S. João é de todas as feiras da cidade a única que atingiu expressão regional, sobretudo a partir da abertura da ligação ferroviária a Évora (1863). Precisamente há 150 anos (e lá deixámos passar em branco mais este marco histórico no desenvolvimento da cidade…), num «S. João chuvoso», a feira já havia adquirido as suas principais características festivas: um certame agroalimentar e tauromáquico, pautado pelas diversões e curiosidades vindas de fora.
Esta última característica é, aliás, muito importante para consolidação popular do evento. De facto, se nesse distante ano de 1863 a atração foi o «gigante do Minho», já então a fotografia não era novidade na feira, a Évora haveria de chegar, à cadência anual das festividades joaninas, o teatro, o circo «à americana» (por mão das melhores companhias nacionais e estrangeiras, aproveitando precisamente a deslocação de comboio), as primeiras imagens animadas percursoras do cinema, então chamadas de «kinetografone» (1987), a cerveja de pressão (1905), a câmara frigorífica (que permitiu os primeiros «gelados», até aí «sorvetes»), o primeiro balão aerostático, o primeiro estrado automobilístico elétrico (1939) (com três minutos de viagem e protesto geral pelo exagero do preço), o primeiro «fogo preso» e tantas, tantas outras «novidades» que fizeram o encanto de miúdos e graúdos durante décadas.
No entanto, uma das maiores virtudes da Feira de S. João foi o seu «ecletismo» sociocultural, económico e recreativo. Desde logo por ser o espaço de encontro de todos os eborenses, ainda que estes bem compartimentados nas suas hierarquias sociais.
Depois por privilegiar tanto o certame agroalimentar e o cartel tauromáquico como a tenda do bufarinheiro e o divertimento popular. Tudo movido pelas «novidades», que competiam por atrair a atenção de milhares de curiosos, ou não fossem eles potenciais clientes (ao contrário do que acontece hoje em dia).
Foi esta «matriz eclética» da Feira de S. João que perdurou ao longo do século XX, resistindo à alteração dos hábitos de consumo, à transformação do mundo rural e até ao imediatismo televisivo da notícia e do espetáculo.
Nesta teimosa sobrevivência (bem reveladora, aliás, de uma cidade conservadora e «empanturrada de soberba», como a descreveu o escritor Vergílio Ferreira), a velha Feira de S. João foi deixando de trazer novidade e encanto e, consequentemente, perdendo fulgor entre as feiras e certames expositivos regionais, sobretudo entre aqueles que, a tempo, se «especializaram» em áreas de oferta temática.
Hoje o que a mantém viva é, no essencial, a inércia da «tradição» e, ainda assim, presa aos dois derradeiros traços genuinamente «tradicionais»: os «comes e bebes» e o «passeio às exposições», o que é muito pouco para uma feira centenária, convenhamos.
E se este é o atual retrato da nossa feira, a reflexão que hoje se impõe fazer é esta: poderemos nós salvaguardar a identidade histórica da principal festa popular de Évora como momento de união dos eborenses, mantendo-a atrativa, inclusiva e sustentável?
Talvez. Mas é preciso mudar conceitos, hábitos adquiridos e protagonistas da sua arquitetura. Porque antes de mais a Feira tem de ser um projeto coletivo da cidade, os seus custos suportados maioritariamente por todos aqueles que dela beneficiem do ponto de vista económico e, desde logo, repensada na sua dimensão espacial, limitando o que é a área da «feira» ao terrado do Rossio, tendo para isso o cuidado de nele ir fixando infraestruturas definitivas, sobretudo as elétricas (já agora bem pensadas para que não impeçam outros usos do espaço).
E só se a «feira» propriamente dita compartilhar o seu «programa festivo» com o Centro Histórico, através da dinâmica dos espaços de cultura e de animação sociocultural existentes intramuros, consequentemente inclusiva às culturas locais, que é como quem diz, às expressões identitárias do que somos e do que fazemos.
Se tudo isto fosse possível e «consensualizável», quem sabe já a partir da próxima edição da Feira, talvez o Teatro Municipal Garcia de Resende pudesse ter um novo protagonismo como palco de cultura; talvez a animação de rua, fosse ela qual fosse, pudesse voltar à cidade (alguém ainda se lembra do «desfile do traje»?); talvez a Praça de Giraldo pudesse enquadrar, por exemplo, uma «feira da arte» (fruto do trabalho das nossas escolas de ensino artístico, naturalmente); talvez uma qualquer boa exposição temática valesse uma demorada visita ao Palácio de D. Manuel.
Talvez o coreto (que teria que ser finalmente restaurado para o efeito) voltasse a ser animado pelas bandas filarmónicas e o Jardim Público com isso recuperasse alguma vida própria; talvez o terrado do Rossio de S. Brás tivesse que ser redesenhado para uso exclusivo da «feira tradicional» e das atividades económicas e institucionais; talvez o «Monte Alentejano», que já faz parte da memória da Feira de S. João, voltasse a ser palco de mostras de artesanato e/ou de produtos tradicionais; talvez que no espaço das «tasquinhas» se pudesse garantir uma verdadeira «feira dos sabores e tradições do Alentejo» em sintonia com o resto do país (porque o património cultural também pressupõe a troca e a descoberta dos outros).
Ttalvez que as sociedades recreativas ou, quem sabe, os comerciantes de uma praça ou de uma rua do Centro Histórico pudessem dinamizar o seu próprio S. João (vitalidade possível de acontecer como provou recentemente a iniciativa «Noites da Alcárcova»); enfim, talvez se pudesse permitir o estacionamento automóvel (ainda que tarifado a custos controlados a reverter a favor da própria feira) no eixo entre as escolas do Rossio e a Arena d’Évora, resolvendo-se assim a necessidade de um grande parque de acolhimento dos visitantes…
Não sei se tudo isto será concretizável alguma vez e de uma só vez, mas julgo que só uma «feira» dimensionada à atual realidade económica e financeira e uma «festa» extensiva ao Centro Histórico, como expressão pública do que somos e do que fazemos, pode reabilitar a nossa velha Feira de S. João.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Évora Património “Mu…ribundo”


No meu contacto diário com turistas e a população desta cidade as opiniões acerca de Évora vão sempre no mesmo sentido. Évora é uma cidade com uma beleza incomparável, com uma localização geográfica bastante central que lhe oferece um potencial de desenvolvimento invejável, mas, como existe sempre um mas, Évora parece que parou no tempo e está a tornar-se uma cidade moribunda e adversa ao desenvolvimento e escassa em oportunidades.

O conceito de cidade com um Património Histórico e Gastronómico está mais que gasto e trás reduzidas mais valias á economia da cidade. O grosso dos turistas chega á cidade pela manhã e vão embora ao final da tarde, ou seja, não aproveitamos a nossa capacidade hoteleira que é bastante razoável para fixar os visitantes e porquê?

Oferta Cultural inexistente, e digo quase porque a pouca que existe está direccionada para algumas elites da cidade. Há uns dias atrás assisti a um ensaio da Tuna Feminina da EU na Praça do Giraldo a tornar-se uma mini actuação para os poucos turistas que ousaram passear no centro histórico após o jantar. Várias foram as vezes que fui questionado por visitantes acerca do que fazer á noite na cidade, perguntas às quais tenho que responder com um encolher de ombros. É triste ver um centro histórico deserto após as 19horas sem qualquer tipo de animação.

Golf, não sabemos o que é?! É incrível como não aproveitamos este tipo de turismo. Temos os recursos mais importantes para esta actividade: Capacidade hoteleira, como já tinha referenciado atrás, Sol quase todo o ano, e Água, a qual temos bastante no maior Lago Artificial da Europa, o Alqueva, que a única mais valia nos trouxe foi das visitas dominicais ao pontão da barragem para ver o espectáculo das descargas das comportas.

Depois temos o comércio no Centro Histórico que se encontra em coma há vários anos, muito antes do futuro Évorashopping ser o carrasco dos comerciantes Eborenses, porque este shopping parece-me que irá demorar ainda muito tempo a abrir e não quer ser pessimista, mas se demorar os mesmos anos que a barragem do Alqueva levou a ser terminada será um êxito.

Concluindo, Évora não passa de uma cidade bonita e agradável para se visitar, com gente simpática, uns restaurantes com uma gastronomia inesquecível e uma adega com um excelente vinho. Os Turistas mais loucos ainda ousam pernoitar numa das nossas unidades hoteleiras de cinco estrelas, mas como a paisagem bucólica da planície com a catedral ao fundo já chateia, vamos mas é para o “Allgarve” que pelo menos por lá temos praia, Golf e animação até de madrugada!